Dia 05 de junho é celebrado Dia do Meio Ambiente. O empresário barra-mansense Leo Santos, pós-graduando em Gestão Pública, comenta sobre a data e fala da problemática que envolve desenvolvimento econômico e preservação ambiental. Ao contrário do que muitos pensam, ele defende que as duas vertentes devem caminhar juntas, gerando crescimento financeiro e social, sem abrir mão da responsabilidade ambiental.

-A base desse conceito está no equilíbrio. Precisamos gerar empregos, movimentar a economia, mas sem esquecer que os recursos naturais são finitos — afirma.

A preocupação de Leo ganha ainda mais força diante do cenário nacional. Em Brasília, tramita o chamado “PL do Desmatamento”, uma proposta que flexibiliza regras de proteção ambiental, incluindo a redução de áreas de preservação e anistia para ocupações irregulares. A medida, criticada por ambientalistas e defendida por alguns setores do agronegócio, reacende o debate sobre até que ponto é possível flexibilizar normas ambientais sem comprometer o futuro. Para Leo, o problema não está na existência das leis, mas na falta de equilíbrio na sua aplicação. “Precisamos de regras claras, justas, que não sejam entraves burocráticos, mas que também não abram brechas para o retrocesso ambiental", explica.

O DESAFIO EM BARRA MANSA

Trazer esse debate para a realidade de cidades como Barra Mansa evidencia a urgência de alinhar desenvolvimento com sustentabilidade. O município convive com desafios diários, como a manutenção das áreas de preservação ambiental, a recuperação de mananciais e a necessidade urgente de avançar na gestão de resíduos sólidos, no tratamento da água e do esgoto.

Apesar de alguns avanços, a cidade ainda enfrenta gargalos sérios. O tratamento de esgoto, por exemplo, alcança próximo de 3%. Moradores de vários bairros sofrem constantemente com a falta de água, causada por redes de distribuição obsoletas, que provocam perdas significativas de água tratada. A educação ambiental também está muito aquém das necessidades do município. Um reflexo claro são os constantes transbordamentos dos rios durante o verão, provocados, em grande parte, pelo acúmulo de lixo despejado nas margens e nos cursos d’água.

Leo também destaca outro ponto essencial para esse equilíbrio: a eficiência energética. Segundo ele, investir em tecnologias que reduzam o consumo de energia, além de diminuir custos para empresas, comércio e para o próprio poder público, é uma medida fundamental na preservação dos recursos naturais. “Eficiência energética é de extrema importânca, pois estpa relacionado diretamente ao aumento da produção, redução do consumo e de impactos ambientais.Isso vale tanto para as indústrias quanto para os serviços e até para as residências. É economia na conta de luz, redução nas emissões e mais qualidade de vida para todos”, enfatiza.

-Se olharmos com mais atenção para o meio ambiente, vamos perceber que os cuidados podem se transformar em geração de renda, inclusão social e oportunidades de empreendedorismo. A reciclagem não é só uma pauta ambiental, é também econômica e social — ressalta Leo, defendendo que o caminho para um desenvolvimento econômico e social sustentável passa, necessariamente, pela construção de políticas públicas que integrem o setor produtivo, a sociedade civil e os órgãos ambientais.

Por fim, Leo Santos destaca que o país precisa avançar na modernização da legislação ambiental, mas sem retrocessos. “O PL do Desmatamento é um alerta. Precisamos de segurança jurídica, claro, mas, acima de tudo, de responsabilidade. Se acabarmos com as florestas, secamos nossos rios. Sem água, sem solo, sem equilíbrio, não há indústria, não há comércio, não há cidade que resista. Especificamente em Barra Mansa, nossa cidade tem potencial para ser um exemplo, especialmente se investir de forma estratégica na valorização dos seus ativos ambientais e na adoção de práticas como a eficiência energética. Preservar não é um obstáculo, é uma decisão inteligente. É possível crescer, gerar empregos e desenvolver nosso município — tanto na área urbana quanto rural, de forma responsável", conclui.

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